domingo, 27 de maio de 2012

A realidade do mito

Mito, de acordo com Mircea Eliade, é o relato de uma história verdadeira, ocorrida nos tempos dos princípios, illo tempore, quando, com a interferência de entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma realidade total, o cosmo, ou tão-somente um fragmento, um monte, uma pedra, uma ilha, uma espécie animal  ou vegetal, um comportamento humano. Mito é, pois, a narrativa de uma criação: conta-nos de que modo algo, que não era, começou a ser.
De outro lado, o mito é sempre uma representação coletiva, transmitida através de várias gerações e que relata uma explicação do mundo. Mito é, por conseguinte, a parole, a palavra revelada, o dito. E, desse modo, se o mito pode se exprimir ao nível de linguagem, "ele é, antes de tudo, uma palavra que circunscreve e fixa um acontecimento". Maurice Leenhardt precisa ainda mais o conceito: "O mito é sentido e vivido antes de ser inteligido e formulado. Mito é a palavra, a imagem, o gesto, que circunscreve o acontecimento no coração do homem, emotivo como uma criança, antes de fixar-se como narrativa".
O mito expressa o mundo e a realidade humana, mas cuja essência é efetivamente uma representação coletiva, que chegou até nós através de várias gerações. E, na medida em que pretende explicar o mundo e o homem, isto é, a complexidade do real, o mito não pode ser lógico: ao revés, é ilógico e irracional. Abre-se como uma janela a outros ventos; presta-se a todas as interpretações. Decifrar o mito é, pois, decifrar-se. E, como afirma Roland Barthes, o mito não pode, consequentemente, "ser um objeto, um conceito ou uma ideia: ele é um modo de significação, uma forma". Assim, não se há de definir o mito "pelo objeto de sua mensagem, mas pelo modo como a profere".
Baseado no livro de Junito de Sousa Brandão, Mitologia grega

sábado, 19 de maio de 2012

Resgatando a individualidade com a Deusa Diana

Diana, Deusa da Caça e da Lua, protetora das mulheres, Deusa virgem, no sentido matriarcal (mulher livre e completa em si mesma) vem nos falar do resgate da individualidade interior e exterior, propondo um profundo contato com as habilidades naturais e intuitivas.

O mito

Diana é filha de Júpiter e Latona. Quando Juno soube que Latona iria ser mãe, começou a persegui-la. Latona vagou incessantemente pela Terra, pois ninguém queria lhe dar abrigo, por temer Juno, esposa ciumenta de Júpiter.
Netuno, o Deus dos Mares, apiedou-se e indicou-lhe uma ilha que flutuava pelos mares. Essa ilha parou, pois Netuno determinou que seria o refúgio de Latona.
Exausta, Latona chegou à ilha, um lugar estéril, longínquo, tão distante que seguramente Juno jamais a encontraria. E assim foi.
A ilha deserta recebeu Latona e com ela os filhos que em breve conceberia. Nessa ilha, Latona deu à luz os gêmeos Diana e Febo (Apolo).
Diana nasceu poucos momentos antes de Febo e foi testemunha das dores do parto da mãe e ajudou no nascimento do irmão.
Logo que pôde, Diana procurou seu pai, Júpiter, e pediu-lhe uma túnica curta, sapatos de caçadora, arco e flechas, um séquito de Ninfas e a dádiva da virgindade eterna.
Pediu também as montanhas, para que pudesse habitar nesses lugares.
Aos Ciclopes, pediu armas, ao Deus Pan solicitou uma matilha de cães para acompanhá-la em suas caçadas.
Todos seus pedidos foram atendidos e a Deusa foi morar na região montanhosa da Arcádia.
Passava o tempo percorrendo florestas, prados e margens dos rios com suas Ninfas e cães.
Quando se sentia entediada ia para a morada de seu irmão Febo, em Delfos, para cantar com as Graças e Musas.

Refletindo

Diana é a caçadora, corredora dos bosques, a selvagem, a sagitária que verte flechas para abater animais e humanos. Mas é também delicadeza, pureza, a donzela destinada à virgindade eterna, que simboliza sua autossuficiência e independência.
Preside os ritos de passagem, conduzindo os jovens pelo limiar da adolescência ao mundo adulto.
É representada como uma menina adolescente de sexualidade ainda indefinida, diferente de Afrodite, que é representada com um corpo feminino já desenvolvido. Mas esse aspecto jovial não a faz menos atraente que Afrodite, ao contrário, é igualmente sedutora.
Devido a seu caráter indomável, insubordinado e vingativo, há inúmeras histórias relacionadas a Diana (Acteon, Orion)....
Mas isso é outra história.....

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Rhea

Filha de Urano e Gaia, o casal primordial, Céu e Terra, uma Titã, mãe de todios os Deuses do Olimpo. Conhecida como Mãe dos Deuses e a própria Terra.
Irmã e esposa de Cronos e mãe da maior parte dos Deuses de primeira grandeza, como Deméter, Hades, Hera, Héstia, Poseidon e Zeus.
Cansada de ver todos seus filhos sendo devorados por Cronos, devido a uma profecia de que esse seria destronado por um de seus filhos, Rhea afastou-se e deu à luz Zeus que foi amamentada por uma cabra.
Para enganar seu marido, deu-lhe uma pedra. Ele a engoliu sem pestanejar, pois era necessário eliminar todos seus filhos.
Zeus foi criado por ninfas, cresceu e, induzido pela mãe, destronou o próprio pai, prendendo-o no Tártaro. Antes, fez com que vomitasse seus irmãos.....

Mas isso é outra história!!!!!

terça-feira, 1 de maio de 2012

A lenda de Jack O'Lantern

Uma das tradições de Samhain é a confecção do famoso Jack O'Lantern. Mas você sabe como nasceu essa ideia?
A lenda nos conta que Jack era um menino que perdeu seus pais e ficou completamente sozinho. Como o corpo de seus pais nunca foram encontrados, Jack acreditava que um dia eles iriam voltar e para que eles encontrassem o caminho, Jack espalhou várias frutas com velas acesas em seu interior, formando assim uma trilha que ele acendia cuidadosamente assim que a noite surgia com sua escuridão.
Com pena do menino, o Deus da Morte pediu à grande Deusa que explicasse a ele o destino de seus pais. Ela foi ao encontro de Jack e disse que haveria uma única noite em que seus pais poderiam visitá-lo. Seria esta noite o momento em que o novo ainda não aconteceu e o velho ainda não se desfez. A tradicional noite de Samhain é essa noite e Jack deveria acender suas lanternas para que seus pais o encontrassem.
Ano após ano, no último dia do Ano Celta, Jack confecciona suas lanternas e espera pela visita de seus pais com uma mesa farta: bolos, pães, frutas. E eles se encontram durante toda a noite mágica de Samhain.
Mas devido a esse fato, outros espíritos passaram a retornar e seguir para lugares diversos, não retornando mais para a Terra do Verão.
Percebendo isso, o Deus da Morte pediu à Deusa que ensinasse as outras pessoas a se proteger daqueles espíritos e ela o fez, dando a Jack uma faísca de sua chama eterna. Essa chama deveria ser sempre mantida acesa por ele e todas as pessoas deveriam confeccionar suas lanternas de frutas para receber apenas aqueles dos quais sentiam saudades, evitando assim que os espíritos indesejáveis voltassem e se apoderassem de seus corpos.
Então, no ano seguinte, todos se reuniram, confeccionaram suas lanternas de frutas e Jack distribuiu a chama da Deusa para todos, que nunca mais foram surpreendidos com visitas inesperadas de espíritos que não se conformavam com seu destino.